A obra O Príncipe, de Nicolau Maquiavel – filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico oriundo da Florença do Renascimento –, é o tratado clássico quinhentista sobre a política e a arte de bem governar que mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente ser transposto para os dias de hoje. O Príncipe tornou-se a bíblia da realpolitik, e ainda mantém o seu poder para nos alarmar e para nos instruir.
Segundo Nigel Warburton filósofo e autor de Liberdade de Expressão e de Grandes Livros de Filosofia, «Se quiser ter uma ideia acerca do funcionamento das políticas do poder e do seu carácter implacável, ou simplesmente se quiser conhecer algum do pensamento por detrás de A Guerra dos Tronos, este pequeno livro escrito no século XVI ainda é o melhor à sua disposição.»
Já Jonathan Powell, antigo diplomata britânico, considera que «O motivo pelo qual este livro ainda é lido nos nossos dias é porque se baseia na natureza humana, tal como Hamlet ou Macbeth, de Shakespeare.»
De facto, O Príncipe, escrito há mais de 500 anos, ajuda-nos a melhor compreender muita da política dos nossos dias, ou não tivesse sido escrito por aquele que é reconhecido como o fundador do pensamento e da ciência política moderna pelo facto de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser.
«E um dos maiores e mais eficazes remédios seria a pessoa que os adquire ir para lá habitar; isto faria mais segura e mais duradoura aquela possessão, como fez o Turco na Grécia: mesmo observando todas as outras ordens para deter esse estado, se não tivesse ido para lá habitar, não teria sido possível detê-lo. Porque, estando lá, veem-se nascer as desordens e depressa se podem remediar; não estando lá, dá-se por elas quando já são grandes e já não há mais remédio.»
Um clássico incontornável, amanhã nas livrarias.